domingo, 27 de fevereiro de 2011

Domingo

    Final de semana, pra variar, com chuva. Como diria o Erich: "previsão do tempo para o século: nublado". Sexta foi dia de festinha de aniversário de um colega brasileiro. Bem legal, pois com gente do mundo inteiro fica meio chato ficar falando português entre nós, o que nos força a tentar o alemão. Eu disse 'tentar'. Mas todo mundo se entende.
    Depois da festinha, fomos pra outra festa. Desta vez, festa propriamente dita. Uma boite, como diriam nossos mais velhos. A única diferença, literalmente falando, é que aqui tudo é muito barato. Nada como pagar uma conta de 7 pila no fim da noite. As músicas são exatamente as mesmas do Brasil, com direito até à maldita Panamericano.
    Recado pra alemã louca da nossa carona: sim, na Alemanha se ouvem as mesmas músicas de festa que no Brasil.
    Sentimos falta do Latino, mas nem tudo pode ser perfeito. Destaque pros africanos altamente emocionados cantando a música da Shakira da Copa do Mundo.
    Sábado foi dia de acordar às 14h e almoçar um capuccino. Tentamos ir ao mercado das pulgas, mas obviamente, às 16h de um dia de chuva, já estava fechando. Só serviu para, no caminho, acharmos um supermercado grande. Nunca pensamos que gostaríamos tanto de ir a supermercados.
    Trocamos boa parte das nossas garrafas vazias acumuladas ao longo do mês e isso nos rendeu um desconto de 2,65 nas compras. O que é sempre bom.
    Agora tá rolando um mate, porque ninguém é de ferro e, mais tarde, procuraremos apartamentos pra morar em Essen, o que não está nada fácil. Procuraremos também albergues em Londres, pois este é o plano para a Páscoa. Quem disse que é barato viajar pela Europa, certamente não vivia de uma bolsa de estudos de pós graduação.
    Pra variar estou tendo problemas com o banco, que não me enviou ainda meu cartão, apesar de ter enviado todas as senhas existentes. Pra quem reclama dos bancos no Brasil, estejam certos de que aí temos o melhor sistema bancário do sistema solar. Pelos relatos dos colegas, três dias é o tempo geralmente decorrido entre uma compra no mercado e o devido débito na conta corrente do cidadão.
    Estamos comprando jornais locais agora. Quem acha que o Diário Gaúcho é chinelagem, é porque não conhece o Express ou o Bild. Mulher pelada na capa e grande destaque pra mortes e acidentes. Sensacionalismo para as massas. Pelo menos é isso que entendemos ao ver as figuras. Mas até que dá pra entender os conteúdos. A evolução está melhor do que imaginávamos, sério.
    Semana qe vem começa o carnaval, ou Karneval, como dizem por aqui. Mas não pensem que é algo parecido com o daí, porque não é. Parece mais um carnaval infantil onde as crianças são na verdade adultos e podem tomar cerveja até cair sem nenhuma preocupação. Isto porque as fantasias são muito idiotas e as músicas, horríveis. Nunca mais reclamo da "Pipa do vovô" ou da "Cabeleira do Zezé". Durante o carnaval é proibido circular com garrafas ou copos de vidro pela Altstadt (cidade velha, ou centro) e outras regiões. Se desrespeitar, é multa. Também não pode mijar nas ruas. Se o fizer, multa. E não pensem que não funciona, porque funciona sim. Segundo meu professor, eles têm funcionários designados só pra controlar estes contraventores. Como ele chama, a 'Pipi Polizei', ou Polícia do Pipi. São 40 Euros de multa na hora.
     Daqui a pouco vai sair o almoço. Frango, porque semana passada aprendemos que domingo é dia de frango.
    Acho que era isso... não temos muito o que contar porque não aconteceu muita coisa noticiável.
    Abraços, beijos e saudações tricolores a todos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Quarta-feira e, mesmo com dois dias inteiros livres para postarem comentários, não o fizeram... salvo os ilustres Erich e Lili. Parabéns Erich e Lili.
    Nada de muito importante aconteceu desde a volta de Bruxelas. Fomos chamados na prefeitura pra explicações de o que fazemos aqui, onde moramos, até quando ficamos, etc. Pelo jeito não entenderam nada do que falamos quando fomos nos registrar na cidade, apesar do quase perfeito alemão falado por nós. Pelo jeito confusões deste tipo serão frequentes por mais uns 10 meses. Pelo menos agora temos visto de permanência, o que sempre é bom. Em Essen, quando chegarmos, temos que renová-lo. Depois de uma ou duas confusõezinhas, é claro.
    Como todos vocês já devem ter se dado conta, hoje estamos de aniversário de casamento. A memória anda tão boa que só lembramos porque vimos o letreiro com a data hoje de manhã, quando fomos pegar o metrô pra aula. Rolou até uma janta improvisada à la Alemanha. Estamos ficando muito bons em jantas improvisadas.



Assuntos aleatórios:
    - O pé da Ana está quase bom. Um pouco inchado, mas sem dor. O que é sempre bom.
    - Ainda não encontramos apartamento em Essen, o que de certa forma é ruim. Mas seguimos à procura, o que é bom. Talvez semana que vem viajemos pra lá visitar algum.
    - Está esfriando e talvez amanhã neve. O que é bom pra vocês, que estão loucos pra verem mais fotos de nós passando frio. Pelo menos não estamos em Berlim, onde o ponteiro marca -10ºC.
    - Tá rolando mate todo dia. Ou pelo menos quase todo dia. Ainda bem que a Alice me prometeu trazer mais erva do Brasil quando ela voltar.
    - Compramos 5 livrinhos de criança sobre contos, como Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho, o que foi bastante deprimente, pois incrivelmente não têm sido leituras fáceis.
   
Tchau

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Final de semana belga

     Final de semana em Bruxelas. Ok, parece bem mais glamuroso do que foi, mas não somos pessoas glamurosas, então pra nós foi muito bom. O tempo não ajudou, mas pra quem está acostumado com a chuva tocada a vento aí dessas bandas, foi fichinha. Ainda vou ficar rico inventando um mini guarda-chuva pra tênis. Anotem aí.
    A carona estava marcada pras 19h e, como todo bom alemão, chegou às 19h incrivelmente em ponto. Junto conosco, foram outros dois alemães, mais o motorista. Não é preciso dizer que fomos calados as duas horas inteiras da viagem. Nada como uma Autobahn pra fazer 250 km em duas horas. O ponteiro não baixou dos 140 km/h em nenhum instante e não era raro ver passarem Porsches, Audis e Mercedez a uns 190 km/h. A segunda paixão dos alemães, depois da cerveja, parece mesmo ser o automobilismo.
    A carona nos deixou em uma estação de metrô, de onde pegamos um táxi pra nossa hospedagem, depois de ter que mostrar pro motorista o endereço escrito em um papel tosco. Ok, pelo menos agora eu sei a pronúncia correta do nome Jules Bouillon.
    Na hospedagem fomos recebidos com uma belíssima massa com vinho branco. De aperitivos, salame e queijo cheiroso. Também, pelo preço pago, era o mínimo. Descobri que devia ter investido um pouco mais do meu tempo procurando onde comprar um saco de dormir. Não que eu não tenha sido avisado pelo senhorio, mas é que faltou tempo mesmo. Mas não tem problema, aqui não tem frescura.
    No dia seguinte fomos acordados e pudemos nos atualizar a respeito do que há de mais novo em relação à cena musical belga. Só coisa nova. Café da manhã belga com capuccino local e croissant alemão, chá marroquino e pegamos o trem pra Brügge. No trem só gente bonita, com direito à presença ilustre de dois personagens dos Simpsons. Brügge é muito bonita (http://lmgtfy.com/?q=Brugge) e a chamam de a Veneza Belga, mas segundo o Luca, Veneza é muito mais bonita. É claro.
    Várias fotos, chocolates, waffles, muros, prédios, turistas e chuva. E patos. E fotos. Nada muito a comentar, pois as fotos são suficientes pra ter uma ideia da cidade.
    De volta, passamos pelo centro de Bruxelas e tiramos mais fotos. Fiz uma visita ao empreendimento da família pra ver como andam os negócios e percebi que não podia estar em melhores mãos. Mão-de-obra belga é outros quinhentos. Á noite, pizza, massa, cerveja e filme com legenda em holandês. Pensei de novo que podia ter perdido um pouco de tempo procurando saco de dormir.
    No dia seguinte, fomos a um mercado no mínimo peculiar. Os belgas têm muito o que aprender com o resto do mundo civilizado no que diz respeito a banheiros públicos. Tanto na limpeza como na privacidade. E também no que diz respeito a não deixar seu cachorro mijar nas coisas dos outros. O mercado é bem parecido com o brique, mas com pessoas falando francês. Muito legal.
    Depois fomos a um outro mercado de rua, ao lado da estação principal da cidade (pelo menos eu acho). Se compra desde shampoo, passando por peixe, até sapato. E se ganha sacos de bergamota de graça. E se acha luvas perdidas pelo chão.
    Dali nos despedimos da Alice e do Luca e pegamos a carona de volta. Tudo que a carona de ida tinha de bom, a de volta tinha de ruim. Mas tá bom, pelo menos foi só 20 pila. Dessa vez demorarmos umas 3 horas, porque o carro não aguentaria andar a mais de 120 km/h.
    Eis que depois chegamos na nossa casa, sãos e salvos.
    Enfim, estava tudo muito bom (tirando o tempo) e certamente repetiremos o passeio. Desta vez dando maior atenção a Bruxelas.