segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Visita Ilustre III

Demorou, mas saiu o bendito post. Quase dois meses atrás, lá pelo dia 31/julho, recebemos a visita brasileira da mãe (do Felipe), do pai, do Marcelo e da Helena. Como praxe, fomos a Frankfurt buscá-los e os trouxemos a Essen. Sem, é claro, a famosa cerveja no aeroporto, ritual pelo qual todos passam quando vêm nos visitar. E nem é porque o trem sai umas 5 horas depois de o avião chegar. Até ameaça terrorista presenciamos, quando uma mala foi encontrada sozinha no saguão e a área foi isolada com fitinha amarela e tudo. Provavelmente outro japonês avoado que foi no banheiro e deixou a mala ali, perdida.





    Em Essen, a também famosa janta, nossa marca registrada. Mini pizza, queijos, salame, azeitona, vinho, champanhe e cerveja. No dia seguinte, é claro, a não menos famosa ida a Köln para os também não menos famosos destinos: rio Reno, catedral, cervejaria. Desta vez com uma pequena variação no roteiro, quando incluímos uma ida a um Biergarten no parque.











    Á noite, na janta na cervejaria, contamos com a ilustríssima presença de Raquel, Douglas e sua família (pra quem não sabe, nossos (únicos) amigos de POA). A sorte foi que eles não tinham mais barris de 5 litros, porque o de 10 litros foi a medida precisa. Muito bom. Muito bom mesmo. Até joelho de porco eu, o Marcelo e o pai comemos. O Douglas afroxou... disse que achava nojento. No lugar, pediu uma Ceasar Salad com croutons. Lamentável.




    De volta a Essen lá pela meia-noite, o jeito era dormir, pois na segunda, às 6h da manhã, fomos buscar o carro na locadora pra iniciarmos a correria. Primeiro destino: Paris. Cinco horas de estrada (com alguns dois contratempos de fazer xixi no mato devido ao mate) e estávamos lá, na capital francesa. Achamos o hotel graças à dona Maria (sempre muito útil nas viagens) e pegamos o metrô pra tal basílica de Sacré Coeur que, pelo jeito, para nossa decepção, nada tem a ver com filmagem nenhuma de filme nenhum baseado em livro nenhum do Dan Brown. De lá, partimos pra famosa torre, onde ficamos umas 3 horas na fila, subindo de tardezinha e pegando a noite lá de cima. Bem bonito também, por sinal. Jantamos na pizzaria do árabe e fomos dormir. 




















    Na terça, tivemos o maior lance de sorte da história recente da família Stumpf. A previsão de tempo de espera na fila do Louvre era de 3 horas quando, inexplicavelmente, o Marcelo escutou uma conversa entre duas mulheres sobre existir uma segunda entrada no museu, a qual praticamente ninguém conhece senão os locais, que a usam quando querem dar uma visitada ao tal museu e, por motivos óbvios, não a divulgam. Entramos no Louvre sem NENHUMA fila, em uma terça-feira de verão às 11h da manhã. Se isso não é sorte...









    De lá, a famosa caminhada pela Champs-Élysées (também chamada por nós de chãns elisê) culminando no arco do triunfo. As paradas em cafés, caixas eletrônicos, banheiros, etc. serão omitidas (salvo quando de extrema importância para a continuação da história) por motivos de otimizar a leitura deste blog. Do arco, fomos para a catedral de Notre-Dame, onde, desta vez, pudemos entrar. Não que ninguém imaginasse algo muito diferente das infinitas outras igrejas ocidentais. Saímos de lá à procura do indicadíssimo restaurante medieval chamado Les Galouis (ou, como chamamos por aqui, le galoá), mas por algum motivo o mesmo estava fechado para férias, nos obrigando a entrar no restaurante ao lado, onde vimos um ator famoso da Globo que não me lembro o nome.


















    Quarta-feira era dia de sair de Paris e ir pra Versailles. Chegando lá, clima chuvoso, largamos as coisas no hotel, compramos algumas fantasias da chapeuzinho vermelho e fomos pro castelo, a uma quadra do hotel. Dessa vez, sem entrada secundária, ficamos 2 horas na fila e entramos lá pelas 15h, quando começou a chover. Do castelo para o jardim e do jardim pro hotel. O cansaço tomou conta, então fomos pro hotel descansar antes de ir jantar. Dia seguinte: Heidelberg.













    Saímos então nós 7 (Ana, eu, mãe, pai, Marcelo, Helena e D. Maria) em direção ao país do chucrute. Chegando lá pelo início da tarde, mais uma vez deixamos as coisas no hotel e fomos dar uma caminhada, interrompida pela chuva uns 40 minutos depois. O que fazer? Pegamos o carro e fomos pro centro antigo (ou Altstadt), onde demos umas voltas e achamos aquele que seria talvez o restaurante mais legal da viagem. O nome, alguma coisa a ver com touro vermelho, não lembro. O restaurante existia há uns 300 anos, mais ou menos, passado de geração a geração, e a comida, a cerveja e o ambiente eram de primeira. Com um tiozinho tocando piano de fundo. Muito bom. 











    Já me perdi nos dias da semana, mas no dia seguinte fomos caminhar pelo chamado caminho dos filósofos, dotado de uma vista e tanto da cidade e seu rio. Mais tarde fomos almoçar e encontramos a Alice e seu marido Luca (que vieram especialmente da Bélgica), de onde partimos para visitar o castelo de Heidelberg. O tempo não ajudou muito, mas também não atrapalhou, e o passeio foi bem legal. À noite fomos jantar nós 8, tomamos, vinho, cerveja e fomos dormir, pois dia seguinte era dia de ir para Füssen visitar o castelo de Neuschwanstein (ou nóichvãnchtain (e depois não entendem quando dizemos que ainda não falamos quase nada de alemão)).























Chegamos lá tarde, mas foi o suficiente para comprar as 6 últimas entradas para a visita em inglês. Lá se pega um ônibus até um ponto a uns 200 metros da entrada do castelo. O trecho em questão tem de ser feito a pé e, mais uma vez, o tempo não ajudou. Pelo menos as fantasias da chapeuzinho vermelho se pagaram. No caminho se tem a vista do vale, com as montanhas ao fundo. Tudo muito bávaro, se é que me entendem. Alpino, eu diria.
    Àqueles que fugiram das aulas de história do colégio (ou que não têm um guia sobre os castelos do sul da Alemanha) o castelo foi erguido pelo Rei Luís algum número, que o dedicou ao seu 'amigo' compositor alemão Richard Wagner (se é em Pelotas, já tem piadinha). Dizem que é o castelo que serviu de inspiração para a criação do logo da Walt Disney. Vai saber... 
























    Saímos de tardezinha de lá em direção a Reute, na Áustria, e dormimos naquele que seria o melhor hotel da viagem. No pé da montanha, com uma baita vista e até vaquinhas com sinos no pescoço. Tudo muito austríaco. Jantamos no hotel e fomos dormir, pois no dia seguinte íamos para Munique. Acordamos, tiramos várias fotos, fizemos vídeos com as vaquinhas e seus sinos, passeamos no centro, compramos canetas, sementes e pegamos a Autobahn.















    Na estrada, passamos por aquela que foi, sem dúvida alguma, a paisagem mais bonita da viagem (se não das nossas vidas (pelo menos até aqui)). E olha que todos já foram a Gramado e Canela e passam verão todo ano no litoral norte gaúcho. São montanhas por todos os lados, com estrada sinuosa e lagos de água transparente entre as montanhas. 


















    Chegamos a Munique ainda pela manhã e fomos pro nosso hotel, que era praticamente um hotel fazenda, dada a distância para o centro da cidade. No centro de Munique comemos, demos uma volta pelo centro, tomamos um café e fomos tomar cerveja na cervejaria mais famosa do mundo, a Hofbräuhaus (ou rofbróirraus). Em outro lance de sorte, conseguimos uma mesa ao lado da famosa banda (que até hoje não entendemos por que é tão famosa), mas em um lance de azar, ficamos o garçom mais mal encarado da europa. Vários canecos depois, pegamos o carro e voltamos pro hotel.




















    No dia seguinte fomos à Residência de Munique (ou Münchner Residenz), antiga residência oficial dos duques, dos eleitores e dos reis da Baviera. É o maior palácio urbano da Alemanha e é considerado um dos mais bonitos da europa. Acho que passamos praticamente o dia, pois ainda tinha o museu do tesouro e a casa de ópera. Além de, é claro, uma fome incontrolável de fotos por parte da mãe. O tempo estava fechando, caiu um mini-temporal e aproveitamos a brecha para ir a outro castelo ali perto, cujo nome e finalidade eu esqueci completamente. Ficamos só por fora, visitamos o jardim e jantamos nas redondezas em um restaurante com tema de churrascaria argentina. 

















    Não sei mais em que dia estamos, mas era o nosso último dia inteiro em Munique, então fomos ao Parque Olímpico, onde aconteceram os jogos olímpicos de 1972 e em seguida ao Museu da BMW. Depois rumamos ao parque chamado Englischer Garten, que pra quem não sabe é o maior parque do mundo (maior que o Central Park, portanto). Ali, mais uma demonstração da cultura alemã, onde há um Biergarten com uma bandinha tocando música de bandinha na torre chinesa (ou Chinesischer Turm). Não achamos nenhum peladão no parque, mas tinha uma galera tomando banho nas valetas ou banho de sol na grama. Sem contar com os surfistas no canalete que usam uma mini onda formada pela correnteza que vem sabe-se-lá de onde. À noite tinha jogo Brasil x Alemanha na tv, que assistimos no restaurante do hotel comendo linguiça e tomando cerveja.










    Acordamos, pegamos a D. Maria e fomos em direção a Nürnberg, passando antes por Dachau (leia-se Darráu), cidade que abriga um dos mais famosos campos de concentração da época da guerra. Lá descobrimos que dois Stumpf morreram em campos de concentração àquela época (nenhum deles judeu). Nenhum Tempel (de que lado será que estavam?), nenhum Lancini (esses tavam lá na Itália, tomando vinho e se divertindo) e nenhum Thofehrn.
























    Em Nürnberg, pra variar largamos as coisas no hotel e fomos caminhar pela cidade. Muito bonita, diga-se de passagem. O hotel era na entrada da Altstadt, perto de quase tudo que era interessante e bonito. Saímos pra dar uma volta, como de praxe, passando pelo centro antigo, igrejas, antiga Rathaus, casinhas alemãs, feirinhas e acabamos jantando ao lado do hotel. Se não foi a cidade mais bonita da viagem, está no top 2 (e Paris não chega nem perto da 1ª colocação).













    No outro dia fomos visitar a Zeppelin Tribune (ou o que resta dela), onde seu Adolfo (também conhecido por 'mein Führer', ou simplesmente 'Hitler') fazia seus discursos e a multidão ia à loucura. Certamente todos já viram em algum filme. É uma pena que esteja tão atirado às traças, devido à sua importâcia histórica, mas aparentemente a prefeitura não faz a menor questão de gastar dinheiro para mantâ-lo, conforme dizem as placas no local, a ponto de sermos avisados antes de entrarmos que estamos 'entrando sob próprio risco'. Acho que isso foi pela manhã, pois voltamos ao centro a ponto de almoçar umas linguiças no centro histórico e dar outra volta antes de visitar as Catacumbas de Nürnberg. 












    O tour nas catacumbas foi em alemão, mas pelo que entendemos, era uma rede de túneis subterrâneos (com o perdão da redundância) onde o pessoal das antigas (lá pela época medieval) armazenava suas cervejas. Mais tarde, na Alemanha nazista, os espertinhos do alto comando utilizariam a rede de túneis como proteção contra bombardeios (que por sinal era constantes em Nürnberg (este blog também é cultura)). 
















    Terminada a estada em Nürnberg (porque estadia é só pra navios (sim, este blog também é cultura)), era hora de voltar para Frankfurt, destino para o qual nossa estimada Dona Maria nos trouxe em segurança.
    Lá estávamos, aeroporto internacional de Frankfurt, ao fim de mais uma ilustre visita familiar. Vinte dias, dez cidades visitadas e um total de 10.000 fotos tiradas em quatro máquinas (50% delas na máquina da mãe). Tudo muito bem, tudo muito bom.
    Próxima visita: alguém se habilita? Esse blog está necessitando de novas historinhas.