Depois de 3 tomadas de decisão antagônicas e a respeito do mesmo tema - ir ou não ir à festa de aniversário de 25 anos de casamento do meu professor - resolvemos atender ao convite. Estávamos em dúvida se iríamos ou não pelo motivo óbvio de não ter certeza de aguentar tamanha indiada. Como o sábado começou chovendo e, portanto, sem perspectiva alguma (apesar de ainda ter 1/6 do quebra-cabeça inacabado), e também pra ter uma desculpa decente pra usar o terno que trouxe do Brasil, nos vestimos e pegamos os trens até o local. Dois trens e cerca de 1 hora e 20 minutos de viagem chegamos à escola de dança onde seria a festa.
Erramos a nossa mesa porque passamos reto pela entrada, onde tinha um papel indicando a mesa de cada um, mas 15 minutos depois nos auto-corrigimos. Achamos estranho mesmo aquelas velhinhas vindo sentar na nossa mesa. Sem contar que a esposa do professor (que por tabela também comemorava 25 anos de casada) veio nos cumprimentar, nós não sabíamos quem era, não entendemos nada do que ela falou e não demos a menor bola pra mulher. Tudo sempre se justifica com um "Wir kommen aus Brasilien. Wir sprechen fast kein Deutsch" (Nós somos brasileiros e não falamos muito bem alemão). Tirando as intempéries, até então tudo igualzito a qualquer aniversário de 25 de casamento aí na terra brasilis. Até começar a música. Difícil descrever, mas qualquer um que já foi a uma Oktoberfest, Kerb, show de bandinha alemã, etc. sabe do que estou falando. Esse povo não nasceu pra fazer música. Difícil aceitar que Beethoven, Bach, Strauss e Schumann nasceram por aqui.
Eu estava achando estranho que não foi só uma vez que o professor, na semana passada, veio me perguntar se eu dançava "como é mesmo a dança no Brasil? Salsa né? - Não, professor, é samba. - Iiisso mesmo, samba". Mas até aí tudo bem, afinal seria uma festa em uma escola de dança. Durante a festa mais duas ou três perguntas iguais. Mas tudo bem, daqui a pouco tem dança e ele quer nos deixar à vontade.
Durante o velho discurso dos donos da festa que 'agradeçem a todos que vieram, blá blá blá', houve até uma menção aos 'que vieram de mais longe entre todos: os brasileiros'. Começada a festa e aberta a pista de dança, constatamos que a inaptidão pra música vem seguida de perto pela inaptidão à dança desse povo. É o famoso 'inimigos do ritmo'. A frase "tem alemão no samba" nunca fez tanto sentido.
Para tudo, outra mini-homenagem, outros agradecimentos e então acontece o pior: "gostaríamos de chamar aqui um casal de brasileiros que está aqui hoje. DJ, coloca um samba aí!". Àquela hora o foda-se já estava ligado mesmo. Levantamos e fomos. O que podia acontecer de pior? Eis que então o DJ, em um ato digno de expulsão do sindicato dos DJs por justa causa, dá play na desgraça. Esse foi o samba escolhido por ele: http://www.youtube.com/watch?v=ivYIR-nazXA . Pra quem não conseguiu abrir, é a música "Africa" da banda "Toto". Procurem na internet e tirem suas conclusões.
De dar orgulho a qualquer professor de "improvisos aplicados à dança", dançamos samba ao som de "samba". Depois rolou um "Volare", que rendeu outra dancinha e fomos nos sentar. Agora não só com o foda-se ligado, mas no modo turbo. Azar do goleiro.
O proxeneta do outro professor tirou a Ana pra dançar e me vi obrigado a dançar com a esposa dele. "Dançar".
Pelo menos exercitamos o nosso bixo-do-matismo, o que sempre é bom. Ah, e conseguimos carona na volta, o que abreviou os 2 trens, 2 ônibus e 1 hora e 30 de viagem a 25 minutos e largados à porta de casa.
Afora os percauços, tudo ocorrido dentro ddos conformes. Foi bom. Valeu a pena.
Ps.1: Terminamos o quebra-cabeças de 1000 (hum mil) peças. Preguiça de fazer um post só sobre isso.
Ps.2: Aí está começando a escurecer mais cedo? Aqui escurece cada vez mais tarde. São exatamente 22:45 e ainda dá pra ver claridade no céu. Abaixo uma foto tirada hoje às 22:30.
Ps.3: Final de semana em Paris, ou seja, semana que vem tem mais. Aguardem.
Erramos a nossa mesa porque passamos reto pela entrada, onde tinha um papel indicando a mesa de cada um, mas 15 minutos depois nos auto-corrigimos. Achamos estranho mesmo aquelas velhinhas vindo sentar na nossa mesa. Sem contar que a esposa do professor (que por tabela também comemorava 25 anos de casada) veio nos cumprimentar, nós não sabíamos quem era, não entendemos nada do que ela falou e não demos a menor bola pra mulher. Tudo sempre se justifica com um "Wir kommen aus Brasilien. Wir sprechen fast kein Deutsch" (Nós somos brasileiros e não falamos muito bem alemão). Tirando as intempéries, até então tudo igualzito a qualquer aniversário de 25 de casamento aí na terra brasilis. Até começar a música. Difícil descrever, mas qualquer um que já foi a uma Oktoberfest, Kerb, show de bandinha alemã, etc. sabe do que estou falando. Esse povo não nasceu pra fazer música. Difícil aceitar que Beethoven, Bach, Strauss e Schumann nasceram por aqui.
Eu estava achando estranho que não foi só uma vez que o professor, na semana passada, veio me perguntar se eu dançava "como é mesmo a dança no Brasil? Salsa né? - Não, professor, é samba. - Iiisso mesmo, samba". Mas até aí tudo bem, afinal seria uma festa em uma escola de dança. Durante a festa mais duas ou três perguntas iguais. Mas tudo bem, daqui a pouco tem dança e ele quer nos deixar à vontade.
Durante o velho discurso dos donos da festa que 'agradeçem a todos que vieram, blá blá blá', houve até uma menção aos 'que vieram de mais longe entre todos: os brasileiros'. Começada a festa e aberta a pista de dança, constatamos que a inaptidão pra música vem seguida de perto pela inaptidão à dança desse povo. É o famoso 'inimigos do ritmo'. A frase "tem alemão no samba" nunca fez tanto sentido.
Para tudo, outra mini-homenagem, outros agradecimentos e então acontece o pior: "gostaríamos de chamar aqui um casal de brasileiros que está aqui hoje. DJ, coloca um samba aí!". Àquela hora o foda-se já estava ligado mesmo. Levantamos e fomos. O que podia acontecer de pior? Eis que então o DJ, em um ato digno de expulsão do sindicato dos DJs por justa causa, dá play na desgraça. Esse foi o samba escolhido por ele: http://www.youtube.com/watch?v=ivYIR-nazXA . Pra quem não conseguiu abrir, é a música "Africa" da banda "Toto". Procurem na internet e tirem suas conclusões.
De dar orgulho a qualquer professor de "improvisos aplicados à dança", dançamos samba ao som de "samba". Depois rolou um "Volare", que rendeu outra dancinha e fomos nos sentar. Agora não só com o foda-se ligado, mas no modo turbo. Azar do goleiro.
O proxeneta do outro professor tirou a Ana pra dançar e me vi obrigado a dançar com a esposa dele. "Dançar".
Pelo menos exercitamos o nosso bixo-do-matismo, o que sempre é bom. Ah, e conseguimos carona na volta, o que abreviou os 2 trens, 2 ônibus e 1 hora e 30 de viagem a 25 minutos e largados à porta de casa.
Afora os percauços, tudo ocorrido dentro ddos conformes. Foi bom. Valeu a pena.
Ps.1: Terminamos o quebra-cabeças de 1000 (hum mil) peças. Preguiça de fazer um post só sobre isso.
Ps.2: Aí está começando a escurecer mais cedo? Aqui escurece cada vez mais tarde. São exatamente 22:45 e ainda dá pra ver claridade no céu. Abaixo uma foto tirada hoje às 22:30.
Ps.3: Final de semana em Paris, ou seja, semana que vem tem mais. Aguardem.
Sol das 22:30: