Se quem tem boca vai a Roma, quem tem casamento da prima também. E dinheiro pra pagar a passagem, mas isso são outros quinhentos.
Chegada na quinta à tarde no aeroporto Leonardo da Vinci, trem pra estação Termini e caminhadinha pra encontrar o Erich no hostel. Primeiro comentário: o cara que fala no alto-falante da estação tem o mesmo sotaque do Tony Ramos.
O Erich já tinha feito um tour com o ônibus que dá voltinhas na cidade (e por sinal o tour mais caro da vida dele), portanto nos restava sair a pé à noite pra conhecer um pouco da cidade. Parada pra tomar um sorvete italiano (curiosamente só chamado de 'sorvete' pelos locais) e fomos pro Coliseu, onde tiramos a máquina fotográfica do bolso. Outra caminhadinha ao redor do centro antigo, parada pra pedir informações sobre a localização da Boca da Verdade, procurar a tal boca, não achar, procurar mais um pouco, desistir, cansar e parar pra comer pizza com vinho. Dali, voltamos pro Hostel, pois na sexta era dia de ir cedo pra Capalbio, onde seria o casamento.
Dia seguinte rumamos Erich, Ana e eu à região da Toscana, província de Capalbio, região litorânea conhecida pelas praias destino da nata da sociedade romana, incluindo deputados, artistas, jogadores de futebol e magnatas da altíssima sociedade Italiana e, porque não, europeia e até mesmo universal da qual participa, inclusive, a bem-escolhida-pela-minha-prima família do Luca.
O hotel era muito bom, com todo o povo lá alojado, no pé de um morro com plantações de oliveiras e parreiras. Enfim, mais italiano só se tivesse um forno de pizza gigante, um cara de camisa xadrez tocando acordeão e uma plantação de espaguete. Lá chegando, fomos dar um abraço no pessoal, ou seja, tias, primas, tio e vó pra matar a saudade. O sol (ou sole, como diz aquele povo) tava de rachar, o que foi a deixa pra colocarmos roupas adequadas e irmos pra piscina. Isso era umas 14h e o casamento era só às 18h, convenientemente em um castelo na subida do morro. Como disse, tudo muito europeu.
Caronas arranjadas, fomos Ana e eu os últimos a embarcar pro casamento. No caminho de uns 20 minutos o italiano que dirigia deve ter falado 'mama mia' umas 300 vezes. Sem contar os gestos engraçados do cidadão. O carro, convenientemente, era alemão, porque italiano pode entender de comida, mas deixa a engenharia automotiva com que sabe.
Ao chegar no local, parecia filme. Dava pra ver lá embaixo as oliveiras (pelo menos era o que devia ser... bergamoteira que não ia ser), o lugar deve ter sido erguido há uns 600 anos atrás, com ruazinhas estreitas e tudo de pedra. A princípio achei que todos perderiam o casamento por conta de ficar tirando foto de cada metro quadrado do lugar. Todos em seus lugares, entra o noivo, entra a noiva, entra o juiz, o juiz fala algumas coisas em italiano, muitas fotos, pessoas emocionadas, assinaturas, fotos, beijo, todos saem, chuva de arroz, fotos, confraternização, carona de volta pro hotel (onde eram a janta e a festa), mama mia mais umas 100 vezes, hotel, champanhe, vinho, banda tocando, coquetel com queijos e tudo o que tinha direito e janta, a qual merece um parágrafo exclusivo.
Não contamos no relógio, mas deve ter sido umas 3 horas de janta. Esse povo leva a sério a janta, os italianos. De vinho eu perdi a conta. Pratos eu acho que foram uns 6. Entre cada prato o pessoal levantava, dava uma volta, is pra rua, ia pras outras mesas, tomava vinho e, na hora do próximo prato, voltavam pros seus lugares. Também não contamos o número de discursos, mas devem ter sido uns cinco. Um casal muito querido pelos amigos, a Alice e o Luca. Pelo menos era o que parecia, porque era tudo em italiano e, até ali, só estávamos fluentes no 'buona cera', 'grazie' e 'prego'. O Erich se aventurava um pouco mais e ensaiou um discurso, mas desistiu pois não sabia o que falar muito além de 'buona cera tutti-frutti' e achamos que aquilo podia deixar alguns meio brabos. Se fosse pra dar uma nota, eu daria 9.99, porque o 10 é a janta do meu casamento.
Terminada a janta, voltamos pro gramado onde eram servidos mais vinhos e champanhes. Tudo muito bom, o lugar, o serviço e, principalmente, as pessoas. Pudemos matar a saudade de vó, da tia Iris, da tia Ricky, da tia Mônica, da Anice, da Aline, da Alice e do tio Evo. Pena que foi tão rápido. A galera mais jovem foi pra discoteca, mas os velhos aqui foram dormir. Sono tranquilo e pesado do cansaço e do vinho, só interrompido por uns minutos devido ao som estridente de vômito no banheiro da nossa 'casa' por parte de algum dos jovens que haviam ido à discoteca. A identidade do(a) mesmo(a) será preservada por motivos de gente-finagem da nossa parte. Mas que seja documentado que o Erich estava em uma 'casa' diferente.
Dia seguinte tínhamos que ir embora, então fomos. Não muito cedo, pois queríamos ainda aproveitar pra ficar com o pessoal, mas também não tão tarde, pois queríamos conhecer Roma melhor. Tchau pra cá, tchau pra lá e voltamos pra Roma lá pelas 15h. Dessa vez pegamos o ônibus do tour e descemos perto do Vaticano, onde era nosso outro hostel. Deixamos as coisas e voltamos a pegar o ônibus pra dar mais voltas, o que incluiu praticamente toda a cidade, como o Panteão, Fontana de Trevi, Praça Navona, Praça di Fiori e mais uma penca de lugar muito massa que eu esqeuci o nome. Jantamos na Praça Navona, o que significativamente arrombou o orçamento, demos uma volta pela noite romana e voltamos pro hostel, pois domingo era dia de ir embora e deixaríamos pra ver o Vaticano pela manhã. O que não aconteceu, pois o maldito não abre aos domingos, o que simplesmente não faz sentido. Se soubéssemos disso antes, pelo menos a Ana tinha saído de short ao invés de calça naquele dia, pois o calor tava de rachar. É que não pode entrar nos lugares lá no Vaticano em trajes 'indecentes'. Mas eles são tão legais que eles te alugam uns panos pra cobrir as partes expostas caso necessite.
Trem, aeroporto, todos apertem seus cintos e estávamos de volta a Düsseldorf.
O resumo é de que não podia ter sido melhor. A cidade de Roma é muito bonita, muito mesmo. Vale a pena demais conhecer aquele lugar. Se vale. Matamos (meio que nas coxa, mas o tempo era curto) a saudade de um monte de gente e demos várias risadas (o que é a tendência quando se está com pessoas tão inteligentes, espirituosas e bem-humoradas como nós).
Cidade nota 10, casamento nota 200, parceria nota 400 e cansaço nota 1 zilhão. Mas tudo valeu pena.
Chegada na quinta à tarde no aeroporto Leonardo da Vinci, trem pra estação Termini e caminhadinha pra encontrar o Erich no hostel. Primeiro comentário: o cara que fala no alto-falante da estação tem o mesmo sotaque do Tony Ramos.
O Erich já tinha feito um tour com o ônibus que dá voltinhas na cidade (e por sinal o tour mais caro da vida dele), portanto nos restava sair a pé à noite pra conhecer um pouco da cidade. Parada pra tomar um sorvete italiano (curiosamente só chamado de 'sorvete' pelos locais) e fomos pro Coliseu, onde tiramos a máquina fotográfica do bolso. Outra caminhadinha ao redor do centro antigo, parada pra pedir informações sobre a localização da Boca da Verdade, procurar a tal boca, não achar, procurar mais um pouco, desistir, cansar e parar pra comer pizza com vinho. Dali, voltamos pro Hostel, pois na sexta era dia de ir cedo pra Capalbio, onde seria o casamento.
Dia seguinte rumamos Erich, Ana e eu à região da Toscana, província de Capalbio, região litorânea conhecida pelas praias destino da nata da sociedade romana, incluindo deputados, artistas, jogadores de futebol e magnatas da altíssima sociedade Italiana e, porque não, europeia e até mesmo universal da qual participa, inclusive, a bem-escolhida-pela-minha-prima família do Luca.
O hotel era muito bom, com todo o povo lá alojado, no pé de um morro com plantações de oliveiras e parreiras. Enfim, mais italiano só se tivesse um forno de pizza gigante, um cara de camisa xadrez tocando acordeão e uma plantação de espaguete. Lá chegando, fomos dar um abraço no pessoal, ou seja, tias, primas, tio e vó pra matar a saudade. O sol (ou sole, como diz aquele povo) tava de rachar, o que foi a deixa pra colocarmos roupas adequadas e irmos pra piscina. Isso era umas 14h e o casamento era só às 18h, convenientemente em um castelo na subida do morro. Como disse, tudo muito europeu.
Caronas arranjadas, fomos Ana e eu os últimos a embarcar pro casamento. No caminho de uns 20 minutos o italiano que dirigia deve ter falado 'mama mia' umas 300 vezes. Sem contar os gestos engraçados do cidadão. O carro, convenientemente, era alemão, porque italiano pode entender de comida, mas deixa a engenharia automotiva com que sabe.
Ao chegar no local, parecia filme. Dava pra ver lá embaixo as oliveiras (pelo menos era o que devia ser... bergamoteira que não ia ser), o lugar deve ter sido erguido há uns 600 anos atrás, com ruazinhas estreitas e tudo de pedra. A princípio achei que todos perderiam o casamento por conta de ficar tirando foto de cada metro quadrado do lugar. Todos em seus lugares, entra o noivo, entra a noiva, entra o juiz, o juiz fala algumas coisas em italiano, muitas fotos, pessoas emocionadas, assinaturas, fotos, beijo, todos saem, chuva de arroz, fotos, confraternização, carona de volta pro hotel (onde eram a janta e a festa), mama mia mais umas 100 vezes, hotel, champanhe, vinho, banda tocando, coquetel com queijos e tudo o que tinha direito e janta, a qual merece um parágrafo exclusivo.
Não contamos no relógio, mas deve ter sido umas 3 horas de janta. Esse povo leva a sério a janta, os italianos. De vinho eu perdi a conta. Pratos eu acho que foram uns 6. Entre cada prato o pessoal levantava, dava uma volta, is pra rua, ia pras outras mesas, tomava vinho e, na hora do próximo prato, voltavam pros seus lugares. Também não contamos o número de discursos, mas devem ter sido uns cinco. Um casal muito querido pelos amigos, a Alice e o Luca. Pelo menos era o que parecia, porque era tudo em italiano e, até ali, só estávamos fluentes no 'buona cera', 'grazie' e 'prego'. O Erich se aventurava um pouco mais e ensaiou um discurso, mas desistiu pois não sabia o que falar muito além de 'buona cera tutti-frutti' e achamos que aquilo podia deixar alguns meio brabos. Se fosse pra dar uma nota, eu daria 9.99, porque o 10 é a janta do meu casamento.
Terminada a janta, voltamos pro gramado onde eram servidos mais vinhos e champanhes. Tudo muito bom, o lugar, o serviço e, principalmente, as pessoas. Pudemos matar a saudade de vó, da tia Iris, da tia Ricky, da tia Mônica, da Anice, da Aline, da Alice e do tio Evo. Pena que foi tão rápido. A galera mais jovem foi pra discoteca, mas os velhos aqui foram dormir. Sono tranquilo e pesado do cansaço e do vinho, só interrompido por uns minutos devido ao som estridente de vômito no banheiro da nossa 'casa' por parte de algum dos jovens que haviam ido à discoteca. A identidade do(a) mesmo(a) será preservada por motivos de gente-finagem da nossa parte. Mas que seja documentado que o Erich estava em uma 'casa' diferente.
Dia seguinte tínhamos que ir embora, então fomos. Não muito cedo, pois queríamos ainda aproveitar pra ficar com o pessoal, mas também não tão tarde, pois queríamos conhecer Roma melhor. Tchau pra cá, tchau pra lá e voltamos pra Roma lá pelas 15h. Dessa vez pegamos o ônibus do tour e descemos perto do Vaticano, onde era nosso outro hostel. Deixamos as coisas e voltamos a pegar o ônibus pra dar mais voltas, o que incluiu praticamente toda a cidade, como o Panteão, Fontana de Trevi, Praça Navona, Praça di Fiori e mais uma penca de lugar muito massa que eu esqeuci o nome. Jantamos na Praça Navona, o que significativamente arrombou o orçamento, demos uma volta pela noite romana e voltamos pro hostel, pois domingo era dia de ir embora e deixaríamos pra ver o Vaticano pela manhã. O que não aconteceu, pois o maldito não abre aos domingos, o que simplesmente não faz sentido. Se soubéssemos disso antes, pelo menos a Ana tinha saído de short ao invés de calça naquele dia, pois o calor tava de rachar. É que não pode entrar nos lugares lá no Vaticano em trajes 'indecentes'. Mas eles são tão legais que eles te alugam uns panos pra cobrir as partes expostas caso necessite.
Trem, aeroporto, todos apertem seus cintos e estávamos de volta a Düsseldorf.
O resumo é de que não podia ter sido melhor. A cidade de Roma é muito bonita, muito mesmo. Vale a pena demais conhecer aquele lugar. Se vale. Matamos (meio que nas coxa, mas o tempo era curto) a saudade de um monte de gente e demos várias risadas (o que é a tendência quando se está com pessoas tão inteligentes, espirituosas e bem-humoradas como nós).
Cidade nota 10, casamento nota 200, parceria nota 400 e cansaço nota 1 zilhão. Mas tudo valeu pena.